Óleo essencial repelente |
Em dezembro de 2015, cientistas da Tailândia publicaram um artigo
científico que apontam uma descoberta
interessantíssima, que o óleo de ylangue-ylangue
possui considerável ação repelente do Aedes
Aegypti, o temido mosquito transmissor dos vírus
da dengue, zica e chikungunya.
O estudo foi feito com o óleo essencial
completo das flores do ylangue-ylangue (Cananga odorata), uma flor muito perfumada de origem asiática. O óleo foi testado contra três espécies de mosquitos Aedes aegypti, Anopheles
dirus(vetor da malária) e Culex quinquefasciatus
(vetor da filariose).
O óleo teve ação mortal contra os
mosquitos com eficácia de 96 % (A. aegypti),
98.4 % (A. dirus), e 100 % (C. quinquefasciatus)
com efeitos de mortalidade após 24-48 horas de
exposição.
A ação repelente na pele do óleo
essencial a 10% foi de 66% para A. aegypti, 92%
para A. dirus, e 90% para C. quinquefasciatus.
Outro estudo mostrou que diluído em óleo de
coco a 0.33 µg/cm2, o óleo exibiu ação repelente contra o A. aegypt durante 88 minutos .
Este óleo muito
utilizado em massagens sensuais e em difusores
no quarto de casais com o objetivo de melhorar a
relação despertando laços de carinho e
aumentando o desejo sexual entre os conjugues.
É muito usado como um afrodisíaco
natural, mas graças a pesquisas mais avançadas, verificou outras possibilidades para sua utilização.
Outro óleo tido como afrodisíaco é o
cravo-da-índia.
Entre os inúmeros óleos estudados até hoje como repelente de mosquitos, por incrível que pareça foi o cravo o mais eficiente ,
superando a citronela e todos os demais.
Ele é
empregado em diluições de 3-5%. Pode ser combinado com a canela (também repelente) para
uso em difusores. Mas não se deve
usá-los puros ou muito concentrados na pele sob
risco de causar ardência em áreas sensíveis.
O óleo de patchouli (P. cablin),
também considerado um afrodisíaco, mostrou em uma pesquisa ação repelente de até 2 horas na diluição de 10% e 50% .
Também vale citar o caso da palmarosa (Cymbopogon martini), de aroma mais
agradável, com delicado cheiro de rosa.
É igualmente um afrodisíaco suave, para
aqueles que não suportam o cheiro forte da rosa.
Não há estudos ainda sobre seu uso na pele contra
o A. aegypti, mas contra o Anopheles sundaicus,
transmissor da malária, 1ml de óleo de palmarosa
passado puro nas partes do corpo expostas ao
mosquito à noite, mostrou ter 98,7% de proteção
dentro de casa, e 96,52% de proteção fora de casa
7
durante 12 horas de observação .
Curiosamente, o uso do óleo de palmarosa (C. martinii) também conseguiu em difusores de ambiente repelência de 97% , superior a da citronela que foi de 14% contra os
mosquitos dos gêneros Aedes spp. e Culex spp.
Como a palmarosa é um óleo que
possui qualidades muito benéficas à pele (reduz
manchas e promove melhora da formação do
colágeno), é uma boa opção para entrar em formulações naturais repelentes.
Outros óleos essenciais repelentes.
O capim-limão (Cymbopogon
citratus) foi eficiente como repelente de pele contra C. quinquefasciatus na concentração de 1.0, 2,5 e 5,0 mg/cm dando 100% de proteção durante 3, 4 e 5 horas respectivamente.
Em óleo de oliva a 0,33 µg /cm o capim-limão mostrou proteção de
98,8% durante 170 minutos contra as picadas do
C. quinquefasciatus, e contra o A. aegypt o capim-limão na mesma dose no óleo de oliva só teve
efeito por 10,5 minutos com cerca de 97% de proteção .
O óleo de citronela (Cymbopogon
nardus), por ser extremamente volátil, confere
proteção curta e variável de menos de 20 minutos
a até 2 horas contra o A. aegypt e C.quinquefasciatus, em concentrações de 5 a 100%.
Ninguém pensa no óleo de hortelã-pimenta (M. piperita) como repelente de mosquitos, mas foi constatado que ele promove 100%
de repelência contra o Aedes aegypti durante 150 minutos .
Óleos carreadores
O óleo de andiroba (Carapa guianensis) puro (100%) mostrou, em um estudo brasileiro , efeito repelente discreto e muito
inferior ao DEET 50%,
O uso da vela de
andiroba por tempo prolongado (48 horas contínuas) em área com cerca de 27 m previne até 100% das picadas de Aedes aegypti.
O óleo de neem (Azadirachta indica) a
5% e 10% mostrou potencial de repelência de 84
e 85% respectivamente, sendo que em
combinação com os óleos de manjericão (Ocimum basilicum) e eucalipto citriodora (C.
citriodora) sua ação de repelência elevou-se consideravelmente .
As azadiractinas do neem
agem em quimioreceptores dos mosquitos
bloqueando a ativação de células receptoras de
açúcar que normalmente estimulam a alimentação .
Desta forma o mosquito
literalmente ‘‘perde a fome’’e não pica.
Conclusões
Em virtude de os óleos essenciais serem muito voláteis, a temperatura do ambiente e
da pele interferem decisivamente no seu tempo
de ação como repelente.
Variações químicas na
composição dos óleos de acordo com sua origem
(quimiotipos e geotipos - QT e GT respectivamente) também são outro fator
que gera diferenças de resultados em estudos.
O tempo máximo que um óleo essencial alcançou em estudos como repelente foi de 2 h e 20 minutos, sendo que a maioria não ultrapassa 2 h.
A sinergia de óleos essenciais com
óleos carreadores parece ser capaz de aumentar a
eficácia, mesmo assim, o tempo limite tende a
não ir além das 3 h de ação, sendo determinada também pela diluição do óleo empregado.
Alternativas naturais são sempre buscadas visando a evitar o contato contínuo com
substâncias tóxicas ( inseticida
sintético ).
Mas
é importante frisar que o uso de repelentes à base
unicamente de óleos devem ser reaplicados a
cada 2 h para manter o grau de segurança,
principalmente em grávidas e crianças.
Use os óleos essenciais em difusores
de tomada na quantidade de 10-15 gotas para um
melhor efeito repelente.
Tente sempre combinar
dois ou mais óleos para potencializar sinergicamente seus efeitos, pois eles tem ação diferente
conforme o tipo de mosquito.
Se for passar na pele, escolha um óleo
carreador ou faça associações entre eles.
Acrescente 5% total de óleo essencial no
carreador (cerca de 100 gotas de OE para cada
100ml de carreador).
Use na pele renovando a
cada 2 horas para sua maior segurança.